
...em que a Regina participou do "Casos de Mulher" do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo. (09/03/2008)
" Agência Aids: O que você avalia do evento, o que chamou mais a sua atenção?
Volpato - Achei muito interessante o desprendimento das meninas e também o bom preparo delas, aliás acho que o desprendimento vêm justamente por causa do preparo. Elas sabem do que estão falando, são mulheres que entendem a nossa condição feminina.
Agência Aids: E o que você acha sobre o Dia Internacional da Mulher?
Volpato - É muito difícil negociar qualquer coisa num relacionamento. Acho que não temos nada pra comemorar, a mulher ainda entra muito submissa em todos relacionamentos, e negociar camisinha é só mais uma de todas essas dificuldades, talvez a maior. Mas é mais uma das dificuldades, e essas mulheres (agentes de prevenção) conseguiram dizer não, não quero isso para mim, não quero perder minha saúde, eu digo sim para minha condição de mulher, para minha autonomia, eu digo sim para camisinha. E digo não para submissão.
Isso eu senti latente no discurso delas, foi super bacana, foi muito didático, as pessoas aprenderam coisas, o conhecimento foi compartilhado.
Agência Aids: Como surgiu o convite para participar do evento?
Volpato - O pessoal da secretaria, a Dra. Maria Cristina Abbate (coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids), enviou-me um e-mail e na mesma hora me interessei, me informei e fui saber, porque pela internet chega muita coisa, tanto boa como ruim. Me informei e, assim, tomei uma ciência maior do trabalho dela e, claro, participei. Parecia que já nos conhecíamos há muito tempo, foi uma afinidade desde o primeiro momento.
Agência Aids: Antes desse evento, você já tinha algum conhecimento sobre o assunto?
Volpato - Eu sou de uma geração que foi dizimada pela aids, eu tenho muitos amigos que morreram de Aids e outros que vivem e são soropositivos. Então faz parte da minha rotina de uma certa forma , recebo amigos na minha casa, amigos que fazem parte da minha vida, da vida do meu marido e da minha filha, pessoas que são portadoras, que são soropositivas. Tenho informação porque fui obrigada a me informar, a minha geração teve um contato com a Aids querendo ou não, foi quando começou, foi quando chegou , então as pessoas tinham que se informar. "
(Rodrigo Vasconcellos)
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